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Vogue Itália: Edição de janeiro sem fotografias

Ana Laura Seren | @alauraseren

01 JAN 2020 - 15H48

Você já imaginou uma revista de moda sem fotos? Essa foi a proposta da edição de janeiro de 2020 da Vogue Itália, que chegou às bancas nessa terça-feira (07/01/2020). Pela primeira vez em 55 anos de história, a publicação ilustrou as páginas e as sete capas somente com pinturas e desenhos feitos à mão por artistas convidados, entre nomes famosos e emergentes.

 

A ideia tem um objetivo sustentável e beneficente. Além de divulgar o trabalho dos artistas, a decisão de usar ilustrações foi uma forma de economizar dinheiro e diminuir o impacto ambiental da edição. A realização de ensaios fotográficos para os editoriais, por exemplo, demanda grandes produções, uso de energia elétrica e muitos deslocamentos.

O editor chefe Emanuele Farneti descreveu o que é necessário para preencher uma edição de sua revista: “Cento e cinquenta pessoas envolvidas. Cerca de vinte vôos e uma dúzia de viagens de trem. Quarenta carros em espera. Sessenta entregas internacionais. As luzes acendem por pelo menos dez horas sem parar, parcialmente alimentadas por geradores a gasolina. Resíduos alimentares provenientes dos serviços de restauração. Plástico para embrulhar as roupas. Eletricidade para recarregar telefones, flashes, câmeras ... ”

A posse dessa poluição foi importante para Farneti, principalmente depois que ele e os outros 25 editores internacionais da Vogue fizeram uma promessa em dezembro de ajudar a "preservar nosso planeta para as gerações futuras" e mostrar respeito "por nosso ambiente natural".

Essas não são declarações incomuns, dada a obsessão da indústria da moda por projetar sustentabilidade. Mas "declarações não são suficientes", disse Farneti em entrevista.

" Não basta mais só falar, precisamos agir. Eu penso que o jeito mais honesto de encarar um problema é admitindo-o. Esta é a nossa maneira de admitir que somos parte da indústria que está longe de ser sustentável", disse ele.

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